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Mulher de desembargador preso trabalhava na diretoria-geral da Alerj; marido é relator de caso que envolve Bacellar e TH Joias
16/12/2025
(Foto: Reprodução) Desembargador preso pela PF é a 1ª vítima do celular de Bacellar
A funcionária pública Flávia Ferraço Lopes Judice, esposa do desembargador Macário Judice Neto — relator do caso que investiga o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos, o TH Joias, no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) — trabalhou na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) até o início de novembro deste ano.
Macário foi preso nesta terça-feira (16), pela Polícia Federal (PF), na 2ª fase da Operação Unha e Carne, que investiga o vazamento de informações da Operação Zargun. Policiais prenderam o desembargador em casa, na Barra da Tijuca, na Zona Sudoeste do Rio de Janeiro.
O g1 apurou que Macário foi o magistrado que, em setembro, expediu o mandado de prisão do então deputado TH Joias na operação.
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Flávia exercia o cargo de assessor 9 e trabalhava na diretoria-geral da presidência da Alerj, junto com o deputado e presidente-afastado da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil).
A exoneração ocorreu a pedido, segundo ato da Mesa Diretora assinado em 6 de novembro e publicado no Diário Oficial. Em outubro, Flávia recebeu R$ 8,2 mil líquidos, conforme a folha de pagamento.
Ainda não há informações se Flávia é ou não é investigada e se há indícios de participação ou interferência dela no caso. No entanto, a casa dela e de Macário, no Espírito Santo, é alvo de um mandado de busca e apreensão.
Em nota, o advogado Fernando Augusto Fernandes, responsável pela defesa do desembargador, informou que nada foi encontrado nas buscas e apreensões e que o nome da esposa de Macário não consta no mandado de busca.
"A defesa do Desembargador Macário Judice registra, desde logo, que Sua Excelência o Ministro Alexandre de Moraes foi induzido a erro ao determinar a medida extrema. Ressalta, ainda, que não foi disponibilizada cópia da decisão que decretou sua prisão, obstando o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. A defesa apresentará os devidos esclarecimentos nos autos e requererá a sua imediata soltura", diz a nota.
O g1 entrou em contato com a Alerj, mas ainda não obteve retorno.
Desembargador Macário Judice Neto
Reprodução/ TV Globo
TH Joias foi preso em setembro, acusado de ligação com o Comando Vermelho. De acordo com denúncia do Ministério Público Federal (MPF), encaminhada ao TRF-2, o ex-parlamentar integrava o núcleo político da facção.
Segundo as investigações, o ex-deputado teria sido alertado sobre a operação por Rodrigo Bacellar, então presidente da Alerj, que chegou a ser preso no começo do mês por suspeita de vazar informações sigilosas e obstruir investigações da Polícia Federal.
De acordo com o blog do jornalista Octavio Guedes, a Polícia Federal tem indícios de que o desembargador ajudou a vazar a ação contra TH. Uma fonte da PF ouvida pelo blog diz que Macário estava em um restaurante com Bacellar quando esse ligou para TH Joias para avisá-lo da operação.